Miguel Uribe, o pré-candidato de direita baleado na Colômbia

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A pouco menos de um ano das próximas eleições presidenciais da Colômbia, marcadas para maio de 2026, o senador e pré-candidato da direita pelo partido Centro Democrático, Miguel Uribe Turbay, foi alvejado com dois tiros enquando discursava em um evento político em Bogotá neste sábado (7). O principal suspeito é um menor, de 15 anos, que foi preso no local com uma pistola.

Opositor e crítico ferrenho do presidente esquerdista Gustavo Petro, Uribe Turbay nasceu em 28 de janeiro de 1986, em uma família influente na política colombiana. Seu avô materno avô, Julio César Turbay (falecido em 2005), foi presidente do país entre 1978 e 1982, e seu avô paterno, Rodrigo Uribe Echavarría, foi dirigente do Partido Liberal.

Prestes a completar 5 anos, Miguel perdeu a mãe, a jornalista e advogada Diana Turbay, assassinada enquanto era resgatada de um sequestro comandado pelo cartel de Medellín de Pablo Escobar. A história foi narrada no livro Notícia de um sequesto, de Gabriel García Marquez.

Trinta anos depois, em uma entrevista, ele declarou ter perdoado todos os envolvidos no sequestro e assassinato de sua mãe. “Entendi que a reconciliação é a única coisa que ajuda a dar o passo e superar um momento tão difícil”, disse, em entrevista ao jornal El Tiempo, em 2021.

Em 2016, Uribe Turbay casou-se com María Claudia Tarazona, com quem tem seu único filho, Alejandro Uribe Tarazona.

Carreira

Formado em Direito pela Universidade dos Andes, onde concluiu mestrado em Políticas Públicas, Miguel também é mestre em Administração Pública por Harvard. Em 2012, iniciou sua carreira política, sendo eleito vereador de Bogotá pelo Partido Liberal. Destaque no Legislativo, onde se tornou um ferrenho crítico do então prefeito Gustavo Petro, por sua condução de programas sociais e do novo sistema de coleta de lixo, tornou-se presidente do Conselho Distrital em 2014.

Mais tarde, durante a prefeitura de Enrique Peñalosa, tornou-se o secretário municipal de Governo de Bogotá em 2016, aos 30 anos, com apoio do então vice-presidente Germán Vargas Lleras.

Em 2019, recebeu quase 500 mil votos com uma candidatura independente à prefeitura de Bogotá, pela coalização de direita “Avancemos”. O pleito foi vencido por Claudia López.

Miguel Uribe Turbay foi eleito senador em 2022, pelo partido Centro Democrático, do ex-presidente Álvaro Uribe, de quem não é parente, apesar do sobrenome. Em sua página no Senado, destaca-se um reconhecimento da organização internacional One Young World, de 2018, que o condecorou como um dos dez jovens políticos mais influentes do mundo. Em março deste ano, ele confirmou sua pré-candidatura à presidência do país, pelo partido.

Opositor de Petro

Nos últimos anos, Uribe Turbay tem sido uma das vozes mais destacadas na oposição ao presidente Gustavo Petro. Na área da segurança, por exemplo, ele defende que o governo Petro tem uma política permissiva em relação a grupos armados ilegais. Outra crítica dele são as tentativas de concentração de poder do governo, deslegitimando órgãos de controle, pressionando o Tribunal Constitucional e mantendo uma postura de confronto com o Congresso, o que colocaria em risco a democracia e a separação de poderes.

Poucas horas antes do atentado, o político de direita publicou um vídeo no X dizendo que processaria por prevariação ministros que assinem o decreto com o qual Petro pretende lançar uma consulta popular (com o objetivo de legitimar suas reformas) na Colômbia. Pouco antes, Petro havia ameaçado que “ministro que não assinar o decreto presidencial, vai sair imediatamente”.

Entre quinta (5) e sexta-feira (6), Petro e Uribe protagonizaram um bate-boca via rede social, depois que o senador questionou a nomeação de Luis Eduardo Montealegre como novo ministro da Justiça. “Meu Deus! O neto de um presidente que ordenou a tortura de 10 mil colombianos, falando em ruptura institucional?”, postou Petro.

Chamando-o de “covarde e cínico”, Uribe respondeu que Petro “ataca com calúnias aqueles que o perdoaram por seus crimes”. “Foi Petro quem pegou em armas e participou de um grupo criminoso. Foi o M19 que assassinou, torturou, sequestrou e incendiou o Palácio da Justiça. Não permitiremos que os algozes retornem como salvadores, nem as vítimas como algozes. Não permitiremos que reescrevam a história. Conosco, a impunidade acaba”, escreveu no X.

Fonte Gazeta do Povo

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