A inflação nos preços dos alimentos na Venezuela atingiu 65,36% no acumulado dos quatro primeiros meses do ano e 109,9% em 12 meses, informou nesta segunda-feira (2) Oscar Meza, diretor do Centro de Documentação e Análise Social da Federação Venezuelana de Professores (Cendas-FVM).
Em entrevista à Union Radio, o economista informou que somente em abril os preços dos alimentos aumentaram 22,9%, a maior variação dos últimos dois anos. Meza destacou que essa alta está relacionada à taxa de câmbio não oficial: no mês retrasado, o valor do dólar “paralelo” subiu 24,5% na Venezuela.
“A taxa de câmbio impacta diretamente os preços. Enquanto ela não se estabilizar, não haverá melhora. Em abril, a cesta básica esteve em US$ 503,70, enquanto em março era de US$ 526,83. Isso se deve à valorização do dólar: menos dólares podem comprar a mesma cesta. No entanto, para quem ganha em bolívares, são necessários mais bolívares para comprá-la; em abril, era de 45.335,73 bolívares”, explicou Meza.
O economista destacou que a Venezuela precisa “ajustar o preço da moeda [americana], liberalizar o mercado de câmbio, eliminar o imposto sobre grandes transações financeiras e estimular a importação de petróleo e gás, bem como de produtos não petrolíferos”, além de “infraestrutura e serviços públicos em bom funcionamento, como água e eletricidade”.
Em abril, o Instituto de Pesquisas Econômicas e Sociais da Universidade Católica Andrés Bello (Ucab), de Caracas, estimou que o país governado pelo ditador Nicolás Maduro fechará 2025 com uma inflação de quase 221% e sofrerá uma retração econômica de 2,05%.
No mesmo mês, o Fundo Monetário Internacional (FMI) projetou que a Venezuela deve sofrer uma retração de 4% do PIB em 2025 e de 5,5% no ano que vem.
