O ditador da Coreia do Norte, Kim Jong-un, prometeu apoiar “incondicionalmente” a Rússia na guerra contra a Ucrânia e cumprir o tratado de defesa mútua assinado entre Pyongyang e Moscou, segundo informou a imprensa estatal norte-coreana nesta quinta-feira (5).
Kim fez essa declaração em reunião com o secretário do Conselho de Segurança russo, Serguei Shoigu, realizada no dia anterior na capital norte-coreana, de acordo com a agência estatal norte-coreana de notícias KCNA.
Shoigu, o principal funcionário da área de segurança russa, chegou à Coreia do Norte na quarta-feira em um contexto de aprofundamento da cooperação militar entre os dois países e após o envio de tropas norte-coreanas à Rússia para apoiar seus esforços na invasão da Ucrânia.
Durante a reunião, Kim afirmou que a Coreia do Norte apoiará incondicionalmente a posição da Rússia e sua política externa em todas as questões políticas internacionais cruciais, incluindo a “questão ucraniana”.
O ditador também afirmou que Pyongyang “observará responsavelmente os artigos do tratado” entre as duas nações, e ambas as partes “confirmaram o consenso” sobre a situação na Ucrânia e se comprometeram a desenvolver os laços bilaterais para transformá-los em “relações sólidas e integrais de parceria estratégica”.
Kim e Shoigu compartilharam perspectivas sobre a reconstrução da região de Kursk e medidas para comemorar “os feitos” dos soldados norte-coreanos destacados no conflito.
Esta é a segunda visita de Shoigu a Pyongyang em pouco mais de dois meses, e nesta ocasião esperava-se que ambas as partes conversassem sobre seu acordo de defesa e, segundo a agência de notícias russa Tass, também sobre a situação na guerra na Ucrânia, onde a Coreia do Norte enviou milhares de soldados para lutar ao lado de combatentes russos.
Durante sua última visita, em 21 de março, Shoigu também se reuniu com Kim Jong-un, em nome do ditador da Rússia, Vladimir Putin, para discutir o início do diálogo com os EUA, bem como a guerra na Ucrânia.
A nova viagem do chefe de segurança de Moscou também ocorre em meio a especulações sobre uma possível nova cúpula entre Putin e Kim, que pode ser realizada por volta do primeiro aniversário do acordo de cooperação mencionado acima, cuja assinatura por ambos os líderes ocorreu em 18 de junho de 2024 em Pyongyang.