Deportado pelo governo Trump para El Salvador volta aos EUA

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A procuradora-geral dos Estados Unidos, Pam Bondi, disse nesta sexta-feira (6) que Kilmar Abrego Garcia, um salvadorenho que morava no estado de Maryland e que havia sido deportado para El Salvador, foi trazido de volta ao país para responder a um processo criminal.

Uma juíza federal de Maryland determinou em abril que Garcia, enviado para o país centro-americano em março num dos voos de deportação acordados entre a gestão Trump e a do presidente de El Salvador, Nayib Bukele, deveria ser trazido de volta aos Estados Unidos.

Um juiz de imigração havia estabelecido que Garcia não poderia ser deportado para El Salvador, porque corria risco de perseguição. Dias depois da decisão da juíza de Maryland, a Suprema Corte dos Estados Unidos decidiu que o governo Trump deveria “facilitar” a volta ao país do salvadorenho.

O governo americano admitiu que a deportação de Garcia foi um erro, mas vinha postergando a volta dele aos Estados Unidos.

Os governos de El Salvador e dos Estados Unidos insistiam que Garcia integra a gangue salvadorenha MS-13, mas ele não tinha acusações ou condenações criminais contra si quando foi deportado.

Porém, segundo informações da NBC News, uma denúncia apresentada em um tribunal federal do Tennessee no mês passado apontou que Abrego Garcia teria participado de uma conspiração para transportar imigrantes a partir do Texas para o interior do país. Segundo a denúncia, entre os transportados, estariam membros da MS-13.

“O grande júri [que aceitou a denúncia] concluiu que, nos últimos nove anos, Abrego Garcia desempenhou um papel significativo em uma rede de tráfico de imigrantes”, disse Bondi na entrevista coletiva, de acordo com a agência Reuters.

Garcia a princípio ficou detido no Centro de Confinamento do Terrorismo (Cecot), a megaprisão de Bukele em El Salvador, mas depois foi levado para outro presídio.

Nesta sexta-feira, numa mensagem no X, o presidente salvadorenho disse que a volta de Garcia aos EUA foi solicitada pelo governo americano.

“Como eu disse no Salão Oval [da Casa Branca, quando se encontrou com Trump em abril]: eu jamais traficaria um terrorista para os Estados Unidos; eu jamais soltaria um membro de gangue nas ruas de El Salvador”, escreveu.

“Dito isso, trabalhamos com o governo Trump e, se eles solicitaram o retorno de um membro de gangue para responder a acusações, é claro que não recusaríamos”, complementou.

Em comunicado, o advogado de Abrego Garcia, Andrew Rossman, disse que agora caberá ao Judiciário americano garantir o direito do seu cliente ao devido processo legal.

“A ação de hoje comprova o que sabíamos o tempo todo: que o governo tinha a capacidade de trazê-lo de volta e simplesmente se recusou a fazê-lo”, afirmou Rossman.

Em um comunicado divulgado antes da revelação das acusações contra Garcia, a família do salvadorenho afirmou que ele “trabalhava na construção civil e às vezes transportava grupos de trabalhadores entre canteiros de obras”, mas que não se envolveu em nenhuma atividade criminosa.

Fonte Gazeta do Povo

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