Musk diz estar “decepcionado” e critica plano tributário de Trump

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O empresário Elon Musk disse estar “decepcionado” com o megaprojeto fiscal e orçamentário promovido pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, porque ele “aumenta o déficit e dispara os gastos públicos”, algo que “prejudica” seu trabalho como assessor do governo para aumentar a eficiência e reduzir o desperdício.

Musk, que nos últimos meses atuou como assessor especial de Trump sendo chefe do Departamento de Eficiência Governamental (DOGE), criticou o chamado “grande e belo projeto de lei”, aprovado pela Câmara dos Representantes na última semana e enviado ao Senado dos EUA para discussão.

“Francamente, fiquei desapontado ao ver o enorme projeto de lei de gastos, que aumenta o déficit orçamentário, não só não o reduz, como prejudica o trabalho que a equipe do DOGE está fazendo”, declarou Musk ao programa CBS Sunday Morning, de acordo com trechos divulgados pela rede antes de sua transmissão no próximo domingo (1º).

O bilionário fundador da Tesla concedeu a entrevista em meio a uma explosão de mídia em torno do lançamento nesta terça-feira (27) do novo foguete Starship, fabricado pela empresa SpaceX, que também pertence a Musk.

“Acho que um projeto de lei pode ser ótimo ou pode ser bonito, mas não sei se pode ser as duas coisas. Essa é minha opinião pessoal”, afirmou.

Horas depois, Trump evitou se referir diretamente a Musk e seus críticos ao receber perguntas de jornalistas na Casa Branca e, em vez disso, reiterou seu apoio ao plano.

“Precisamos de muito apoio (no Congresso). Negociaremos o projeto de lei e não estou satisfeito com alguns de seus aspectos, mas estou satisfeito com outros. É assim que se faz, é muito ambicioso. É um projeto de lei grande e bonito. Mas o mais bonito é que, de todas as coisas que temos, a mais importante, eu diria, é o nível de cortes de impostos que vamos implementar”, disse Trump.

A aprovação apertada do projeto de lei foi uma vitória para os republicanos na Câmara dos Representantes, apesar de várias vozes discordantes dentro do partido que buscavam aprofundar os cortes de gastos e acelerá-los para que entrassem em vigor. Agora, o projeto enfrenta uma batalha difícil no Senado para uma votação final.

O megaprojeto de lei busca estender as isenções fiscais do primeiro mandato de Trump e acrescenta novos descontos, além de aumentar o financiamento para o gerenciamento de fronteiras e a aplicação da dura política de imigração do presidente. Isso seria compensado em parte por cortes na seguridade social e em programas de ajuda.

O Escritório de Orçamento do Congresso (CBO) estimou em um relatório que a nova legislação acrescentaria em dez anos cerca de US$ 3 trilhões à dívida nacional, atualmente estimada em mais de US$ 36 trilhões.

Embora tenha permanecido próximo a Trump antes e depois da posse dele em janeiro, Musk tem se afastado gradualmente de seu trabalho no DOGE, onde realizou um profundo corte de gastos e reestruturação do governo Trump.

Em abril, o empresário anunciou que reduziria “para um ou dois dias” suas responsabilidades como conselheiro do governo a partir de maio, uma decisão anunciada pouco depois de a Tesla ter registrado uma queda de 71% nos lucros líquidos no primeiro trimestre.

Trump elogiou o trabalho de Musk no DOGE, dizendo que ele economizou “muito dinheiro” para o país. 

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