O chanceler da Alemanha, Friedrich Merz, afirmou nesta segunda-feira (26) que os aliados da Ucrânia retiraram as restrições a Kiev para utilizar armas de longo alcance na guerra contra a Rússia.
“Não há mais restrições de alcance para as armas que foram entregues à Ucrânia — nem pelos britânicos, nem pelos franceses, nem por nós, e nem pelos americanos”, disse o chanceler em um fórum organizado pela emissora pública WDR, segundo informações da agência Associated Press.
“Isso significa que a Ucrânia também pode se defender, por exemplo, atacando posições militares na Rússia”, disse Merz. “Chamamos isso de ‘fogo de longo alcance’ no jargão, também fornecendo à Ucrânia armas que possam atingir alvos militares no interior [da Rússia]”, acrescentou.
Antes, os países do Ocidente que enviaram armas de longo alcance à Ucrânia impediam as forças de Kiev de utilizarem esses armamentos para atingir alvos dentro do território russo. O receio era que uma autorização nesse sentido provocasse uma escalada no conflito.
Entretanto, em novembro do ano passado, os Estados Unidos e o Reino Unido autorizaram que a Ucrânia usasse armamentos fornecidos por Washington e Londres para atingir alvos militares na região fronteiriça russa de Kursk, onde Kiev havia iniciado em agosto uma contraofensiva.
No mesmo mês, a França autorizou que armas de longo alcance fornecidas por Paris fossem usadas para ataques dentro do território russo desde que fossem para “autodefesa”. Agora, segundo as palavras de Merz, todas as restrições foram levantadas.
Em resposta, o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, disse que a decisão é “bastante perigosa” e “contrária aos nossos esforços para chegar a um acordo político”.
O anúncio ocorreu depois de a Rússia ter realizado os maiores ataques com drones e mísseis à Ucrânia desde o início da guerra, matando ao menos 12 pessoas. O presidente americano, Donald Trump, disse que o ditador russo, Vladimir Putin, ficou “louco”.
Na semana passada, o chanceler da Rússia, Serguei Lavrov, disse que Moscou apresentará um memorando com uma proposta de cessar-fogo depois que for concluída uma troca de prisioneiros com a Ucrânia.